segunda-feira, 8 de junho de 2009

Objetivo Final - A Paz Interior

Objetivo Final
Desejamos posses. Antes do mundo ser declaradamente capitalista, neoliberal, egoísta ou qualquer outra nomenclatura que remeta a esse desejo de querer e ter consigo, a humanidade tem anseios. Mesmo que sejam aqueles básicos da pirâmide de Maslow, ou desejos do coração. Queremos ter algo. Uma casa que nos sirva de abrigo, segurança, referencia ou ate mesmo “status”, ou um carro que muito mais que transporte, ofereça segurança, confiabilidade, identidade social e afins. Até a opção de ter ou não uma companhia envolve questões sociais, afetivas, emocionais.
As questões são mais profundas, se perguntarmos os porquês embutidos em tais desejos, as respostas podem envolver respostas com envolvimentos mais íntimos.
Porque um carro que gere status? Auto-afirmação?
Porque uma casa que dê segurança? Suprimir medos?
Porque um amor na vida? Suprimir uma carência?
Porque uma viagem ao paraíso? Massagear o ego?
As resposta podem ser amplas, mas gerariam outras perguntas –
Por que auto-afirmação? Suprimir carência? Massagear o ego? Suprimir os medos?
E assim vamos mais fundo na nossa própria alma, e creio que chegaremos mais próximos do desejo comum de todas as pessoas, queremos coisas e posses para sermos felizes e alcançarmos a tão desejada paz interior!
Casas, carros, amor, emprego, relação com Deus, planos de saúdes, seguros de vida e automotivo, viagens, férias, família... no fundo só queremos PAZ e Felicidade.
Talvez você consiga outra resposta, afinal a resposta virá do seu interior. Mas ainda acredito, que mesmo uma pessoa que deseja vingança, a quer única e simplesmente para apaziguar seus fantasmas interiores e ter a desejada – Paz e Felicidade.
Não ter foco e tentar agradar a outros, é enganar a si mesmo. Uma pessoa religiosa que faz coisas simplesmente para agradar a sociedade e a Deus, e tira o foco de si, da sua felicidade e paz, estará no caminho errado, cansará de andar em círculos e não alcançar o objetivo principal da existência, que é – ser feliz. Qualquer idéia, qualquer ação, por mais nobre que seja, não será realizadora e engrandecedora se não te deixar feliz consigo.
A ciência confirma que nascemos como seres egoístas, focados em nós mesmos, na infância aprendemos a socializar, a ceder e compartilhar, mas a essência permanece como um animal enjaulado. E esse animal precisa ser alimentado. Então é melhor que saibamos domina-lo e a fazer as coisas pela nossa felicidade. Quer tornar o mundo um lugar melhor, amor o próximo, ter nossos bens... todas estas coisas, seja para a felicidade pessoal.
Algumas pessoas são bondosas, pro ativas, ajudam e fazem coisas pelos seus semelhantes e ainda assim são tristes. Foco errado. Estão fazendo as coisas por Deus, pelo social, e não por quem mais importa e sustenta a maquina da vida.
Recomendo que sinta feliz e realizado por suas posses e ações. Mas pergunte antes de tudo – preciso realmente disso para ser feliz?

Algumas coisas tornam-se extremamente importantes nesse aspecto – Conhecer a si mesmo, traçar seus objetivos e não si trair. Partindo do pressuposto que a pessoa já saiba quem é, o que quer, porque quer e como alcançará sua paz interior, vamos para a questão – Não trair a si mesmo.
Depois que identificar os por quês e traçar a meta, seja fiel a si, não permita que outras pessoas ou objetivos menores, fora de foco, desviem sua atenção ou impeçam seu caminho. Longe de ser uma apologia a Crowley, aqui encaro que altruísmo e fazer o bem, façam parte das metas para alcançar a felicidade e paz interior, impossível para uma pessoa de caráter ter paz, sacaneando ao próximo, portanto a relação consigo, envolve o ambiente externo, e que este esteja em harmonia.
A partir dessa separação de fatores, a fidelidade a si passa a ser mais importante e benéfica que a fidelidade a outros. A condução da vida começa a clarificar que não fecharemos ‘contratos’ ou afirmaremos relações que estejam fora do foco, e que se as relações existentes estiverem fora do objetivo final, elas poderão ser canceladas com a consciência tranqüila. Tranqüila por estarmos focando a paz interior e ambiental, mesmo que por determinado momento haja uma instauração do caos.
Quebras de promessas e contratos, desistências, trair relacionamentos, ir contra objetivos iniciais, desistir da fé, mudar de caminho – Tudo isso é permitido e aceito por uma consciência que almeja Paz. Não há motivos para continuísmos. A vida muda, ambientes externos, objetivos secundários mudam. A busca pelo EU interior é que deve ser imutável.. Estamos inseridos em um sistema enorme, repleto de EU’s, cada pessoa integrante desse mundo se relaciona com outras, há uma pluralidade de interesses – complexa! Praticamente incompreensível, caótica, difícil de harmonizar e tenho consciência de que há objetivos que fogem do senso comum, portanto, entendo e enfatizo que nem sempre a felicidade será plena, mas a luta pela paz interior e uma constante harmonização com o exterior deve ser constante.
A busca por essa harmonia entre o interior e exterior envolve conflitos e dissabores. Faz parte. Externamente, outras pessoas podem julgar o comportamente de abandonar um compromisso que não dá certo, ou sem futuro como traição ou descomprometimento – Claro, nem todo mundo entende os meus e os seus nobres objetivos. E lembre-se também que tem muita gente adulta que ainda esta descobrindo o mundo, seus caminhos, suas metas... e outros tantos que não fazem a mínima idéia de porque estão aqui. Boa comunicação e clareza nos atos são igualmente fundamentais. Lembrando que nem todo mundo consegue entender a si mesmo, querem satisfazer outros, seus egos, erroneamente pensam que devem e podem possuir casas, carros, bens materiais e pessoas.
Como disse Osho (e porque não dizer também de Sun Tzu? “tudo que pode ser medido e mapeado, pode ser destruido), nada que perece te pertence. Lembre-se disso, sua única posse é a tua consciência e seu caráter. Mutáveis, porem indestrutíveis (obvio, que isso (in)depende do que (e como) você acredita – como sempre, milhares de possibilidades).
Complexo! Alias, ninguém nunca disse que seria fácil....




foto - imagem do filme - Blade Runner