terça-feira, 26 de outubro de 2010

Momento de criação


Momento de criação.
A fábula da vida diz que todos os elementos estão aí, e todo o ferramental para construir esta no cérebro. A inventividade é nata e intrínseca ao ser. A maldita rotina apaga a criatividade e por conseqüência elimina o processos criativos. E assim o lado esquerdo do cérebro se apaga, cai aos domínios do lado direito, racional e dominador. Será que a lógica é não criar?
Não, mas talvez a lógica tenha por foco analisar o que já existe e o funcionamento daquilo que já funciona - chato isso. Talvez, se o mundo fosse dominado pelo lado esquerdo, estaríamos criando, e largando novidades pelo chão. Mil inventos, milhões de insumos, bilhões de coisas surgindo num ritmo alucinado e nada sendo aproveitado - logicamente! Cores, diversão, lazer... e ninguém estaria preocupado em disseminar, apenas em criar.
Claro que o melhor cenário de criação é o equilíbrio entre os hemisférios.
O mundo hoje no induz a julgar, analisar, pensar com lógica. Sermos rotineiros, enfadonhos, programar e ter horários. Tudo sendo tratado de forma mecanica. Segunda feira 8 horas é pra bater cartão, sábado é dia de fazer comprar e domingo ir ao cinema ou visitar a sogra. Padronização coletiva.
Estudar, crescer, ter fé, trabalhar, casar, ser hetero, ver novela ou futebol, votar na esquerda ou na direita, divertir em determinados horarios e no fim, tudo é explicado por padronizações. Viramos simples números estatísticos de alguma planilha de alguma corporação que desejar mensurar nossa previsibilidade ou até o quão ponto fora da curva uma minoria é.
Tem erro nisso? não, acho que não. Afinal pra usar o lado esquerdo com acertividade é bom conhecer o que o lado direito descobriu.
O problema talvez resida em perceber que há espaço para criar, que há insumos sobrando, e um mundo que paga por novidades e simplesmente não sabemos o que fazer. Olhamos para dentro de nós, vemos todo o potencial criativo, olhamos pra fora e vemos oportunidades e a 'coisa' não flui.
É fato, a lógica e razão estão nos dominando... o sistema é opressor... o que podemos inventar para aliviar isso?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

passou direto


imagina um trem.
Já começo o post com meu sangue de mineiro pulsando nas veias. Talvez seja saudades da terrinha.
Voltando ao trem, aquela locomotiva pesada, forte, descontrolada, soltando tufões de fumaça e não consegue parar na estação. Passa devastadora. Dá plataforma, quem ficou viu apenas faces disformes na janela. Idem para quem estava de dentro observando a plataforma. A velocidade torna disforme a visão, a fumaça deixa turva.
Turvo e Disforme.
E assim passou metade do ano. Já chegou agosto como se fosse um janeiro.
Mas o trem desacelera e para. Aquele tempinho para respirar e pensar rápido no próximo destino.
Destino a ir, a fazer, a estar.
A velocidade que emociona é a mesma que muda a vida.
Acabou a pós. Agora vem o momento de absorver as mudanças, curtir fortaleza, jericoacoara, show do Rush, SWU e Rage Against Machine, e deixar o coração aberto - porque a mente já esta faz tempos.
Planejar as proximas mudanças!

domingo, 25 de abril de 2010

contando os anos




Contagem de números

Contagens regressivas terminam no Zero, é inevitável.

Quando contamos para frente, estimulamos um fim ou paramos em reticências.

Seguem para o infinito e para as et cetera.


Os nossos anos são uma contagem com fim, repentinamente um ponto final é colocado na existência. Alguns acreditam que se trata de uma vírgula e há ainda aqueles que apostam em exclamações ou reticências.

O que consigo ver em cima dos túmulos? Meu lado agnóstico vê interrogações, meu lado ateísta enxerga apenas um ponto final.

É como se a contagem dos anos fosse ascendente até certo ponto, nós otimistas continuamos contando para cima, mas nossos DNA’s insistem em contradizer e puxar a contagem regressivamente, rumo ao zero. O maldito ponto inicial da inexistência onde interrogações aguardam, não a nós, mas aos observadores.


Números e sinais gramáticos para encerrar uma história. Sabemos quando é o fim, em seu momento derradeiro, mas nunca podemos dizer com exatidão – Estou no meio de tudo!

O meio torna-se apenas uma fase subjetiva, algo impreciso do qual prefiro não pensar.

É tudo apenas mais uma festa, mais uma comemoração, um motivo que diz que mais virá. O erro talvez seja contar.


O ser humano não foi feito para números, fomos feitos para comunicações gramaticais. Uma vida boa e bem aproveitada é aquela feita de inúmeras e inexplicáveis exclamações. Quando somos detentores do poder fazê-las surgirem em rostos, sorrisos, pessoas e lugares. Talvez esse seja o grande segredo da vida – ignorar os números e inserir pontos.


Após as tristezas um “mas, vírgula – ele tornou-se feliz”.

Após as alegrias um “e depois disso – vírgula – continuou sendo feliz”.

Após a vida encontrarmos uma “exclamação – uau! É isso que acontece”.

Se descobrirmos o meio, apenas “reticências – e tudo continuou fluindo”.


Porque a vida não é pra ser analisada... é pra ser vivenciada.

Não quero camarote para assistir a vida, sou ator, sou diretor – estou no palco! E nem preciso de platéia para saber que estou indo bem.

quinta-feira, 15 de abril de 2010


Somos micro empresas.
Tentamos levar a vida como um líder que conduz uma empresa – planejamentos de compras, gastos, missões, metas, marketing pessoal, networking, as tecnologias que usaremos e as que dispensaremos, informações recebidas e descartadas etc. Cada item citado entre as vírgulas mereceria um livro, alias, estes livros já até existem e estão por aí.
Os focos e as metas que estipulamos às vezes se vêem perdidos no turbilhão do dia a dia e aquilo que poderia ter sido a grande sacada em janeiro, acaba se tornando o dispensável do meio do ano.
A parte boa é que mesmo deixando planos certos para trás, podemos alavancar novas idéias e partir para o topo. Insights, novas luzes, outros pontos de vista. O importante é não estagnar em caminhos errados.
Bussolas e mapas são importantes, mas o que muitas vezes nos guia é instinto. Esse mix de bussolas, mapas, guias, instinto, foco e mente aberta aos novos insights tem que estar alinhado com a meta pessoal.
Seja o que for que tenha sido estipulado como meta pessoal – paz, amor, família, sucesso, poder... Tenha em mente o foco e a flexibilidade para as mudanças.
Permita-se sonhar.
Mas permita-se também sentir o prazer da execução. Permita-se o ‘celebrar’.
Celebre não apenas a conquista final, mas os passos que levam ao objetivo.
Permita-se comemorar, errar, mudar, reajustar – a vida flui suave no turbilhão quando sabemos aproveitar os ventos que incidem sobre nós.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

bonus track


Todo mundo fala em amar e amor. O sentimento sublime que todos buscam. Woody Alen colocou bem como título do filme "todos dizem 'eu te amo'".
Criaram definições, explicações cientificas, contam historias, mitos e lendas para explica-lo.
O amor é tema central das historias, a razão do ato de heroísmo, o suspiro da adolescente, a rima do poeta, a confusão na mente de quem sente.

Dizem que o contrario de amor é odio. Dizem que sua ausencia é vazio e solidão.
Uma vasta maioria da humanidade repete como um mantra que o amor é tudo, o fundamento e a razão da vida, e eu, vou discordar, somente em partes, mas vou!

A Paz é importante. O estar bem consigo mesmo. Isso é terreno arrado e fértil, bem preparado, onde outras coisas poderão surgir.
Amor? não, ainda não é o momento.
Primeiro vem uma busca, queremos vivenciar experiencias que nos dêem segurança e conforto. Temos um senso social de companheirismo e queremos alguém, onde possamos trocar boas emoções e sentimentos que nos façam inflar os egos. Sentir admiração por alguem que também nos admira.

Podemos admirar pessoas que nem sequer conhecemos, mas a troca, admirir e ser admirado so vai ocorrer quando estamos convivendo no mesmo espaço, tempo e nivel. Se essa admiração vier acompanhada de atração, perfeito!
Agora estamos falando de algo diferente - admiração é algo que esta em um plano racional. É mente. Atração é corporal, físico. Se essa combinação resulta em uma boa experiencia sexual temos uma cenario onde tudo gira em equilibrio. Corpo, mente e sexo.

Vamos adicionar a isso que essas duas pessoas possuem objetivos e metas semelhantes e resolvem desenvolver uma relação duradoura, uma parceria onde sintam-se seguros. Outros valores passam a ser agregados - carinho, respeito, objetivo, apoio, companheirismo, etc. Tudo isso são as arvores e frutos plantados no terreno da paz.

E o que é o amor?
Não sei. Pergunte aos poetas, musicos e escritores. Busque uma definição de dicionário. Tente uma explicação cientifica. Tente entender o que acontece na mente, no corpo e no sexo.

Ou melhor - não tente entender - vivencie, expirencie.
Desexplique.
O amor não é uma coisa. É uma situação. Um conjunto de fatores. Um plus, um extra.
Ou talvez, seja mais que isso - o amor é um bônus!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Salto em Boituva



Meu fim de semana foi assim!


Uma turma muito legal reunida e disposta a adrenalisar :)


A sensação de estar na porta de um avião a 4000 mts de altura e saltar é ... sem palavras.


Várias coisas estão envolvidas - desde a altura, velocidade, da queda, adrenalina, vertigem, endorfina, medo, confiança, insanidade, quês e porquês, etc. Mas nenhuma dessas palavras consegue explicar o que realmente é - SALTAR e os 40 segundos de queda livre + os 7 minutos seguintes de navegação, terminando com um pouso tranquilo.


É muito bom, vale a pena, e eu vou de novo!!!


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

é simples assim...


"O amor, para mim, só pode ser expresso pelas artes e viajado pela poesia. Mas falar científica ou literariamente do amor e explicá-lo psicologicamente não significa absolutamente saber o que ele é e como ele funciona. Descubro ser o mistério a sua natureza mesma.
Desvendá-lo é assassiná-lo. Só podemos, pois, senti-lo, jamais compreendê-lo. Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo já não está amando. Procurei resumir assim, minhas conclusões: do amor só se pode fazer necrópsia, jamais biópsia."

Roberto Freire

Não adianta querer explicar nada.
As coisas enquanto acontecem, só podem ser vivenciadas. Experimente os momentos, se forem agradáveis - continue. Se não forem siga outro caminho.
Muitas pessoas passam pela vida, achando que as boas experiências são utopias, e que a busca por uma vida lúdica é algo fantasioso. Discordo disso – a felicidade é interna e a busca está na procura e no usufruto.
A tristeza reside numa fantasiosa preocupação de “encontrar-agradar-ser-... e muitas outras interrogações”. Aquele mundo de duvidas que deturpa a visão. Explicando, as melhores coisas são simples e grátis – amor, afeto, sorrisos, simpatia, natureza – e quando a pessoas tentam maquiar sua essência aderindo a todo aquele bombardeio de marketing capitalista, acabam mostrando algo diferente. Mostram seus silicones e botox, grifes, marcas e tecnologias, e o ser humano fica em outro plano.
O consumo mostra o ter e não o ser. A artificialidade incorporou o ser dentro do ter.
E o que isso tem a ver? Tudo! As pessoas passaram a ver seus semelhantes através de esboços do ter. E lá se foi a ludicidade que levava ao utópico mundo em que éramos simplesmente pessoas.
Por mais que eu queira ser diferente disso tudo, me esbarro com pessoas que querem apenas o ter. Um mundo ilusório onde coisas intangíveis são mensuradas e negociadas.
Estão matando a humanidade que ha dentro de nós. Em breve seremos analisados em biopsias.
Como disse também Roberto Freire – “O contrário da morte não é a vida, é o amor.“ e “Isso de a gente querer ser exatamente o que a gente é, ainda vai nos levar além.”
Vida, amor e riso!
As possibilidades são infinitas em nossas essências.
E ainda citando o mestre Freire – “Vamos brincar de imaginar um mundo diferente? As pessoas deixam de ser coisas e passam a ser gente!“

Simples assim!